Negura Bunget

Resenha do álbum OM (2006).

Hawkwind

Resenha do álbum Space Ritual (1973).

Electric Wizard

A banda de stoner metal mais pesada que existe?

Linha do Tempo - 1967

Conheça 5 álbuns clássicos lançados neste ano.

Diagnóstico: Overkill - The Electric Age

Breves comentários sobre o último lançamento da banda.

18 de dez. de 2011

2011: Melhores do Ano


Mais uma vez o ano está chegando ao fim, e é comum ver sites especializados em música soltando sua listas de melhores do ano nessa época, sejam álbuns, videoclipes ou shows. Fiz um apanhado de algumas dessas listas e reuni aqui pra vocês:


Os dez principais shows que você não viu no Brasil em 2011:

10. My Morning Jacket
09. Modest Mouse
08. Wilco
07. The Vaccines
06. Foo Fighters
05. Jay-Z & Kanye West
04. Arctic Monkeys
03. Lady Gaga
02. Arcade Fire
01. Adele



Melhores álbuns:

10. The Weeknd - House of Baloons
09. Real State - Days
08. Drake - Take Care
07. tUnE-yArDs - w h o kill
06. Oneohtrix Point Never - Replica
05. Girls - Father, Son, Holy Ghost
04. PJ Harvey - Let England Shake
03. M83 - Hurry Up, We're Dreaming
02. Destroyer - Kaputt
01. Bon Iver - Bon Iver


Melhores videoclipes:

Battles - My Machines [ft. Gary Numan]


Beyoncé - Countdown


Bill Callahan - America!


Fleet Foxes - The Shrine/ An Argument


Likke Li - Sadness is A Blessing


Lista completa.


Mais:
As piores capas de 2011
Top 40: Álbuns de metal
Top 100: Músicas de 2011


NOISECREEP


Top 10 álbuns de metal progressivo (por Jeff Wagner):

  • 3 - The Ghost You Gave To Me
  • Fair To Midland - Arrows & Anchors
  • Dredg - Chuckles and Mr. Squeezy
  • Opeth - Heritage
  • Arch/Matheos - Sympathetic Resonance
  • Hammers of Misfortune - 17th Street
  • Leprous - Bilateral
  • Solstafir - Svartir Sandar
  • Cynic - Carbon-Based Anatomy
  • Steven Wilsom - Grace for Drowning

Melhores álbuns de metal de 2011:

11. Insomnium - One For Sorrow
10. Vektor - Outer Isolation
09. Times of Grace - The Hymn of Broken Man
08. August Burns Red - Leveller
07. Ulcerate - The Destroyers of All
06. Mastodon - The Hunter
05. Trap Them - Darker Handcraft
04. The Devil's Blood - The Thousandfold Epicentre
03. Junius - Reports From the Threshold of Death
02. Krallice - Diotima
01. Craft - Void


Top 11 Videoclipes:

06. In Flames - Were the Dead Ships Dwell


05. Huntress - Eight of Swords


04. Mastodon - Deathbound


03. Opeth - The Devil's Orchand


02. Rammstein - Mein Land


01. Red Fang - Wires


Lista completa


BILLBOARD: Mais vendidos


Álbuns:


05. Susan Boyle - The Gift
04. Jason Aldean - My Kinda Party
03. Lady Gaga - Born This Way
02. Taylor Swift - Speak Now
01. Adele - 21
Top 200

Artistas:


05. Lil Wayne 
04. Lady Gaga
03. Taylor Swift
02. Justin Bieber
01. Adele
Top 200

Álbuns de rock:


05. Florence + The Machine - Lungs
04. Foo Fighters - Wasting Light
03. Coldplay - Mylo Xyloto
02. Kid Rock - Born Free
01. Munford & Sons - Sigh No More
Top 200

Mais:
Músicas de rock mais populares
Revelações


16 de dez. de 2011

[Resenha] Judas Priest - Painkiller (1991)


Heavy Metal
Inglaterra

No início dos anos 90 o Judas Priest já havia conquistado seu lugar no olimpo dos deuses do rock. Os anos 70 e 80 lhes renderam um legado único, por meio de seu heavy metal clássico imortalizado na voz de Rob Halford. Tendo isso em vista, nada mais apropriado para um novo álbum de sucesso do que manter a antiga formula, certo? Bom, talvez isso sirva para algumas bandas como o AC/DC, mas não para o Judas.


Quem prestou atenção aos acordes de Ram it Down, já conseguia distinguir uma fúria incandescente nas guitarras de Glenn Tipton e K.K. Downing, diferente de seu antecessor, o quase pop (para a época) Turbo.


Quebrando a lei, e deixando de lado a máxima futebolística de "em time que está ganhando, não se mexe", a banda surge com aquele, que na humilde opinião do resenhista que vos fala, é o melhor álbum do Judas Priest, e também um dos melhores lançamentos do Metal após os anos 90, o visceral Painkiller.


Agora, meu caro leitor, você me pergunta: "Afinal, o que há de tão diferente em Painkiller?". Obviamente todos vocês já sabem (e se não sabe, trate de sentir vergonha de si mesmo e ir correndo ouvir essa obra prima), mas para os mais desavisados, vai uma pequena explicação. Imagine que o heavy metal do Judas até então era uma barra de aço maciço. Eu não sei por experiência própria(felizmente), mas imagino que um golpe com uma barra dessas deve doer um bocado. Muito bem, o que o Judas Priest fez? Lapidou essa barra até ela se tornar uma espada afiada, ok, antes causáva-mos hematomas, agora podemos decepar cabeças.


É mais ou menos essa a sensação que se tem ao ouvir o álbum da primeira vez, antes o Priest era a trilha sonora perfeita para pegar a estrada montado em uma Harley Davidson vestindo roupas de couro com uma loira gostosa na garupa (que poderia ser tanto a criatura do sexo feminino como a refrescante bebida extraída da cevada). Muito bem, ainda podemos fazer isso ouvindo Painkiller, com o adendo de também fazê-lo indo à uma batalha de morte certa sem o menor fio de medo nos olhos.


O TRACKLIST:


Painkiller
Mais rápido que uma bala
A potente metralhadora disparada das baquetas de Scott Travis anuncia
Um grito apavorante
A alavancada gritante faz o chamado para os riffs das guitarras
Enfurecido e cheio de raiva
ele é metade homem, metade máquina
Halford ascende em agudos surpreendentemente afiados e afinados
Cavalgando o Monstro de Metal
Respirando fogo e fumaça
Ian Hill fortalece a base da maquinaria

Eles anunciam a chegada do salvador
Ele é o Painkiller!
Hell Patrol
Como fogo selvagem
Vêm urrando
Um redemoinho infernal
Botando fogo na estrada
Certamente, o verso não mente, é bem provável que esta música possua o riff mais infernal do Judas Priest, com a cozinha (baixo/ bateria) triturando ossos impiedosamente.
Motoqueiros noturnos
Negociantes da morte
Aqueles que trazem a tempestade
Rachando o solo

All Guns Blazing
Torcendo, o ato de estrangular
Não haverá piedade
Sentindo os tendões rompendo
Despedaçados e fraquejados
O aviso é feito, se você chegou inteiro até aqui, prepare-se para o que está por vir.


Leather Rebell
Correndo selvagemente e livre
Ninguém ousa se levantar perante mim
Esse é meu destino
Governar as horas mais negras
Sim, aqui é onde chegamos o mais próximo possível de um "clássico do Judas". É hora de vestir o casaco de couro e sair ás ruas, mas não se esqueça de escolher a motocicleta mais potente que encontrar.


Metal Meltdown
Algo está chamando
Na noite Loucura elétrica
Rugidos à vista
Solo de guitarra alucinado marca a introdução

O calor está aumentando
Queimando rápido
dedilhado cada vez mais veloz

Quente e diabólica
Sinta a explosão
O ruído ensurdecedor se levanta, a parede de guitarras distorcidas ataca com fúria, o vocal anuncia a proximidade com o inferno, o calor aumenta, o metal se funde.


Night Crawler
O santuário está no sul
Orações sussurradas, um último recurso
Voltando pra casa em seus gritos distorcidos
O terror atacou
Eles sabem que foram capturados
Diretamente do inferno
Aqui vemos o Judas Priest explorando seu caráter mais narrativo, com uma composição que casa perfeitamente com a atmosfera da música.


Between the Hammer and the Anvil


Alerta de tempestade
Riffs se arrastam

Mas não há o que temer
O lado mais melodioso da banda mostra as caras, com uma canção muito bem trabalhada.



A Touch of Evil
Durante a noite
Venha até mim
Você sabe que eu quero o seu
Toque do mal
Durante a noite
Por favor me liberte
Eu não posso resistir ao toque do mal

One Shot at Glory


Deixe-me ouvir o grito de guerra
Chamando no vento
Deixe-me ver as bandeiras estendidas
Antes que a tempestade comece
É chegada a hora do último hino de guerra, no melhor estilo fim de show, tal como as clássicas "Living After Midnight" e "You've Got Another Thing Comin'", o Priest se despede em grande estilo, até que a próxima espada seja forjada...





Rob Halford - Vocal
Ian Hill - Baixo
K.K. Downing - Guitarra
Glenn Tipton - Guitarra
Scott Travis - Bateria

Grandes capas, grandes histórias (parte 4)

Como dito na última postagem da série, hoje eu lhes mostrarei 3 capas no mínimo curiosas, são elas:


XTC – GO 2 (1978)


Autor: Storm Thorgerson

Essa capa representa o punk como nenhuma outra (sim, até mais que Never mind the bollocks e London Calling). É a prova registrada de que uma idéia vale mais do que qualquer virtuosismo. A ironia disso tudo é que a banda havia chamado para produzir a capa de seu novo álbum ninguém menos que Storm Thorgenson. Sim, o consagrado criador das capas do Pink Floyd (que é o tipo de música totalmente oposta ao punk). Porém, em meio à reunião para decidir como seria a capa, eles decidiram fazer algo que fosse totalmente o contrário de uma capa comercial, e é ai que todo o talento de Thorgenson em artes visuais é deixado de lado e entra em cena a mais pura ideologia punk. Em um papel em branco, foi escrito o que eles entendiam por uma capa comercial, e dali para a capa, com uma formatação intencionalmente tosca. O resultado é essa sacada genial, que além de funcionar como uma “não-capa”, mostra uma crítica explicita à industria musical.

Tradução:

"Esta é uma Capa de Disco. Esse texto é o DESIGN por cima da capa. O DESIGN é para ajudar na VENDA do disco. Nós esperamos atrair sua atenção para incentivá-lo a pegá-lo. Quando você pegar o disco, provavelmente será persuadido a escutar as músicas - no caso, banda XTC do disco Go 2. Então nós queremos que você o COMPRE. A idéia é que sua compra dará mais dinheiro para a gravadora Virgin, o empresário Ian Reid e também a banda. É claro que será um grande PRAZER. Um bom DESIGN de capa é o que mais atrai compradores. Esse texto está tentando atrai-lo mais do que uma boa foto. E foi feito pra você LER. Isso se chama enganar a VÍTIMA e você é a VÍTIMA. Mas se você tem a cabeça boa, PARE DE LER AGORA! Porque tudo que queremos é que você continue lendo. Mas isso é uma INTERPRETAÇÃO DUPLA, porque se você parar, estará fazendo o que falamos para fazer, e se você continuar lendo, fará o que queríamos o tempo todo. E quanto mais você lê, mais está caindo no que todos os bons designs comerciais fazem. São TRUQUES e esse TRUQUE é pior quando falamos que é um TRUQUE que tenta te ENGANAR e se você ler mais estará se ENGANANDO mais, mas você não saberia mais nada se não lesse até aqui. Pelo menos estamos dizendo sinceramente ao invés de simplesmente seduzi-lo com uma arte bonita que não diz nada pra você. Estamos esclarecendo as coisas porque esse disco é um PRODUTO e os PRODUTOS devem ser consumidos e você é um consumidor e esse é um PRODUTO bom. Nós poderíamos ter escrito o nome numa fonte especial, como se estivesse pra fora aparecendo antes mesmo de você ler, e provavelmente você iria comprá-lo do mesmo jeito. O que estamos sugerindo é que você é BURRO se não comprar esse disco por causa da sua capa. Isso tudo é pra mostrar que provavelmente você gostará desse texto - que é o design do disco - e daqui pro conteúdo do disco. Mas só estamos falando contra aquelas.  Um bom design de capa pode ser considerado o começo para a compra do disco, mas isso realmente não acontece mais, porque VOCÊ sabe que isso é apenas o design de uma capa. E isso é uma CAPA DE DISCO."

Blind Faith - Blind Faith (1969)


Autor: Bob Seidemann

Esse é um daqueles casos em que a capa acaba por ganhar mais notoriedade do que o próprio disco. A cena da inocente garotinha nua de 11 anos segurando uma aeronave de caráter fálico e futurista só não causou maior polêmica devido aos grandes acontecimentos da época (foi nesse mesmo ano que o homem pisou pela primeira vez na lua, e a revolução sexual encontrava-se em seu ápice). Ainda assim, os idealizadores do projeto (Eric Clapton e o vocalista do Traffic, Steve Winwood) enfrentaram problemas para que a gravadora aceitasse a capa. No entanto, Clapton ameaçou não gravar o disco se a foto não fosse aceita, e como o selo estava apostando todas suas fichas no grupo, acabaram por ceder, mas apenas na Europa. A edição norte americana do disco trazia apenas uma inocente foto da banda na capa.

The Velvet Underground e Nico - The Velvet Underground e Nico (1967)


Autor: Andy Warhol

Apontado por muitos (inclusive pelo próprio Lou Reed) como o disco mais importante da história do rock, o debut do velvet underground traz uma embalagem não menos digna. Criação do excêntrico gênio da peruca prateada, a capa do álbum tem um apelo muito mais icônico do que visual. Usando de sua pop art, Andy Warhol criou um símbolo simples e de fácil assimilação, que caiu como uma luva para definir o som da banda. Nada mais que uma banana, mas uma banana com muito significado. As primeiras cópias do disco traziam em seu encarte uma banana “descascável”, que revelava em seu interior uma insinuante polpa cor carne. Havia ali um aviso sobre o teor sexual de algumas músicas, mas mais do que isso, pode-se dizer que a capa também funciona como uma antecipação do que se sente ao ouvir o disco. Ao descascar a banana, ninguém imaginava ver uma fruta rosa lá dentro, assim como ninguém nos anos 60 esperava colocar um LP de rock na agulha e ouvir o som visceral e desconcertante do Velvet.

É isso por enquanto, e até a próxima!.





7 de dez. de 2011

Parcerias "inusitadas" no mundo do rock.


Desde os anos 60 que o rock n' roll já não é exatamente um estilo musical puro, muitos músicos a procura de novas sonoridades acabam trazendo para o estilo alguns elementos de gêneros diferentes, foi assim com o Deep Purple e a música clássica, com o King Crimson e o jazz, com o Jethro Tull e o folk, dentre inúmeros outros. No entanto, ainda hoje a união de bandas de rock com artistas de outros estilo causa alguma estranheza em alguns ouvintes, algumas dessas parcerias acabam dando terrivelmente errado, já outras resultam em preciosas obras de arte, hoje eu listarei aqui no Hoochie Koo alguns exemplos de ambos os casos, cabe a você decidir qual pertence a qual.

Sepultura e Zé Ramalho - A Dança das Borboletas


Angra e Milton Nascimento - Late Redemption


Nick Cave e Kylie Minogue - Death Is Not The End


RUN-DMC e Aerosmith - Walk This Way


Anthrax e Public Enemy - Bring the Noise


Alice Cooper e Kesha - What Baby Wants


Rihanna e Slash - Rockstar


The Beastie Boys e Kerry King - No Sleep Till Brooklyn


Thom Yorke e Bjork - I've Seen it All


Peter Gabriel e Kate Bush - Don't Give Up

5 de dez. de 2011

[Resenha] Negură Bunget - OM (2006)


Atmospheric Black Metal
Romenia

Negură Bunget é uma névoa negra vindo das profundidades de uma floresta escura e densa. O nome tenta representar de alguma forma a atmosfera, tanto musical quanto espiritual que nós queremos criar através da nossa música. É também de uma natureza esotérica, constante para as partes inefáveis de nossa ideologia. As duas palavras também fazem parte do substrato Trácio do idioma Romeno (o mais antigo, contendo cerca de 90 palavras), uma vez que o interesse na nossa história e espiritualidade local é algo de crucial importância e significado para nós como banda.

Foi o que respondeu Negru, baterista e membro fundador da Negura Bunget, quando perguntando sobre a etimologia do nome da banda. "Uma névoa negra vindo das profundidades de uma floresta escura e densa", de fato, não haveria nome mais adequado para descrever o som presente em OM, quarto álbum de estúdio dos romenos.

Sempre achei o black metal um estilo musical um tanto ridículo, a filosofia deturpada e o apelo visual mal produzido das bandas norueguesas do início dos anos 90 ainda gera risos quando me deparo com algum videoclipe no youtube. 

Até que um dia eu ouvi o Filosofem, álbum do Burzum de 1996. Ali estava algo único, a distorção diluída das guitarras em meio a cordas sintetizadas criavam uma atmosfera densa e ao mesmo tempo quase etérea, foi quando eu descobri que o black metal pode ser algo muito interessante quando prioriza o lado atmosférico.


E se você se impressionou com o Filosofem tanto quanto eu, certamente irá se impressionar ainda mais com OM. Ao contrário do Burzum, o Negura Bunget possui uma musicalidade impecável, a maneira como as composições se organizam em camadas sonoras que geram peso e melodia, tudo ao mesmo tempo, torna a audição uma confusão prazerosa. É possível notar isso já na segunda música, depois da introdução atmosférica em meio a urros viscerais,Tesarul de lumini mostra uma guitarra base com timbre caustico característico do estilo, ponteado pelos riffs melódicos da segunda guitarra que inicia em meio a uma bateria pulsante e rápida e se encerra sobre o sintetizador ascendente em notas cada vez mais altas e prolongadas.

Primul Om é praticamente uma oração, a voz termina de recitar a letra e da espaço a um coral de "Oms" em clima de música "dark ambient". A riqueza de detalhes sonoros impressiona e causa total imersão na obra, aconselho ouvir com fones de ouvido e com os olhos fechados.


Cunoaşterea tăcută continua o disco com uma porradaria drone que toma ares progressivos na metade do caminho. Hupogrammos Disciple's tira o gutural de cena e acompanha o riff de guitarra com um canto quase gregoriano. O disco segue com Inarborat, por um momento achei que havia um saxofone solando notas graves, mas aparentemente se trata de uma corneta típica da Romenia, o que junto a percussão tribal dá um ar de folk para a música. 

Dedesuptul trás um daqueles momentos em que a saturação é tamanha que fica praticamente impossível saber quantas guitarras foram gravadas na versão de estúdio dá música, mas a composição não se deixa levar pela mesmice habitual do black emtal e logo toma outros rumos com ritmo mais cadenciado.

Novamente uma percussão tribal, dessa vez acompanhada por uma cama de  cordas em notas agudas e outra em pulsantes notas graves, não há vocal dessa vez.

De piatră segue em um estilo mais tradicional, lembrando até um pouco o Darkthrone no início, mas logo se desprende e encontra ritmos diferentes. A próxima música, Cel din urmă vis,
segue uma linha mais sinfônica, em alguns momentos lembrando um pouco o Dimmu Borgir, em outros o Dead Can Dance.

Hora soarelui anda pelos caminhos obscuros do folk metal com solos de flauta misturados a um coro de vozes masculinas. Al doilea om fecha o disco em meios a "Ohms" e tambores.


Para quem gosta de black metal atmosférico, ou simplesmente de uma musicalidade mais densa, OM é uma pérola do estilo e definitivamente merece ser ouvido.



Tracklist:

1 Ceasuri rele 3:07
2 Ţesarul de lumini 12:48
3 Primul om 4:22
4 Cunoaşterea tăcută 7:11
5 Înarborat 6:22
6 Dedesuptul 6:39
7 Norilor 3:00
8 De piatră 5:36
9 Cel din urmă vis 10:03
10 Hora soarelui 5:55
11 Al doilea om 2:03

Hupogrammos Disciple's [Edmond Karban] - vocals, guitar, bass, keyboards 
Negru [Gabriel Mafa] - drums, percussion
Sol Faur Spurcatu - guitar, bass, keyboards

2 de dez. de 2011

Grandes capas, grandes histórias (parte 3)

No último artigo eu falei um pouco mais sobre 3 artistas renomados na área de design de capas e mostrei algumas de suas obras mais interessantes. Mas afinou de contas, como esse costume de fazer capas customizadas começou? É sobre isso que eu vou falar hoje.


Até a década de trinta, os vinis vinham embalados em simples envelopes de papelão, que tinham como única finalidade a proteção do disco. No entanto, em 1939, um jovem de apenas 23 anos teve uma idéia revolucionária. Esse jovem se chamava Alex Steinweiss, e sua idéia mudou a forma de se produzir e consumir música.


Alex achava tais embalagens inapropriadas para guardar obras musicais muitas vezes tão emocionantes, um simples pedaço de papelão com algumas letras impressas era algo muito frio, e não refletia a grandiosidade das composições em seu interior.

Foi assim que surgiu a idéia de imprimir nas capas imagens que representassem o conteúdo musical do disco, e foi assim também que Steinweiss se tornou o primeiro diretor de arte de uma gravadora, a Columbia Records.


Apesar de pouco se ouvir falar de Alex hoje em dia, sua idéia visionária fez com que as representações gráficas se tornassem algo indispensável na produção de álbuns musicais, e abriu caminho para inúmeros outros artistas, o que o torna sem sombra de dúvidas o designer de maior importância para o cover design.

 Além de toda a importância comercial e artística das capas para a música, algumas delas escondem curiosidades no mínimo interessantes, seja na hora de sua produção, ou seja pela arte em si, e é sobre esse aspecto que falarei aqui na próxima postagem, começando por três artes que se destacam por motivos distintos, sendo eles respectivamente a criatividade, a obscenidade inusitada, e a representação perfeita da obra. Até a próxima!

24 de nov. de 2011

Rolling Stone divulga lista com os 100 maiores guitarristas de todos os tempos.

O site da  Rolling Stone divulgou uma lista com os 100 maiores guitarristas de todos os tempos. A lista é resultado de um consenso feito com a opinião de guitarristas famosos de diversos estilos, entre eles Ritchie Blackmore (Deep Purple), Don Felder (The Eagles), Kirk Hammet (Metallica), Warren Haynes (The Allman Brothers), Robby Krieger (The Doors), Alex Lifeson (Rush), Brian May (Queen), Eddie Van Hale e Dave Mustaine (Megadeth).

Destaco aqui alguns dos escolhidos, a lista completa pode ser vista no site da Rolling Stone cujo link está no final desse post.





Lindsey Buckingham (Fleetwood Mac)

Eu realmente nunca ouvi Fleetwood Mac o suficiente, não por falta de interesse, mas a frase do guitarrista que está na lista me fez colocá-lo aqui em destaque: "A técnica clássica não é aceitável, você faz o que você puder para conseguir o que você quer".




Thurston Moore (Sonic Youth)


Um guitarrista pouco lembrado nesse tipo de lista, que normalmente preza mais guitarristas extremamente técnicos, no entanto, quando se fala em experimentalismos e timbres inovadores, não há como não citar Thurston moore.



Dimebag Darrel (Pantera)

Poucos guitarristas desenvolveram uma técnica tão agressiva como Dimebag. Transitando entre os grooves mais graves e os harmônicos mais agudos, Darrel conseguiu chegar onde nenhum guitarrista de thrash metal havia chegado antes, infelizmente seus amplificadores se desligaram bem antes do que gostaríamos. 



Eddie Hazel (Funkadelic)

Sem palavras por aqui, apenas pare por um instante e ouça, se isso não é a definição de "feeling", eu não sei mais o que poderia ser.



Robby Krieger (The Doors)

Quem pensa que o Doors foi apenas a banda de Jim Morrison não poderia estar mais enganado, se apenas um dos músicos ali houvesse deixado a banda antes do primeiro disco, a história poderia ser completamente outra, e Rob krieger é um exemplo disso, enquanto a maioria dos guitarristas da época tinham suas raízes plantadas no blues, Rob vinha de uma formação em jazz e flamenco.

"Não ter um baixista na banda me fez tocar mais notas graves para preencher o fundo, não ter um guitarrista base também me fez tocar de forma diferente. Eu sempre senti como se fosse três músicos ao mesmo tempo."



Robert Johnsom


Seu modo de tocar define o blues originário no delta do Mississipi, tudo que você precisa saber sobre rock n' roll está ali, entre slides e riffs sobre o ritmo tradicional do blues.



Jack White (The White Stripes)

Falei bastante sobre ele aqui já.



Ritchie Blackmore (Deep Purple)

Blackmore está muito além do emblemático riff de Smoke On the Water. Precursor dos guitarristas "neo clássicos", ele estipulou um padrão quando o assunto é guitarristas de heavy metal, o que infelizmente resultou em uma infinidade de guitarristas interessados mais em "fritar" as cordas do que realmente criar melodias de qualidade. No entanto muitos guitarristas excelentes citam Blackmore como inspiração também.



Jonny Greenwood (Radiohead)

Talvez a única aproximação de Jonny Greenwood com os guitarristas de blues seja o uso de um arco de violino, que era exatamente a única coisa que Jimmy Page tinha de "non-blues". Sua telecaster surrada passou ao longo do tempo de um timbre entre o grunge e o pop para um experimentalismo eletrônico executado de forma magistral.



Johnny Ramone (Ramones)

1...2...3...4... Lá, ré, mi, lá, ré, mi, lá, ré, mi...again and again and again. Ai você diz "eu poderia ter feito isso". Pois é, ele fez antes de todo mundo.



Tony Iommi (Black Sabbath)

O mago dos riffs com trítono e da afinação baixa. Iommi, com seus dedos de aço (literalmente), praticamente criou um gênero musical.



Angus Young (AC/DC)

"Ele tem o diabo nos dedos e o blues em sua alma", disse Brian Johnson no último show do AC/DC no Brasil. E de fato, o que ouvimos sair daquela famosa SG cor de menta nada mais é do que blues amplificado. Deve-se dizer que o blues nunca foi tão alegre.



David Gilmour (Pink Floyd)

Grande parte do sucesso do Pink Floyd se deve as composições de David Gilmour. Sua técnica e conhecimento musical aliados a uma sensibilidade fora do comum nos revelaram solos inesquecíveis vindos do timbre cristalino de sua stratocaster.



Jimmy Page (Led Zeppelin)

Page dispensa comentários, seus riffs e solos falam por si só, talvez seja o guitarrista que melhor soube utilizar a influência do blues.



Lista completa dos 100 guitarristas: http://www.rollingstone.com/music/lists/100-greatest-guitarists-20111123

21 de nov. de 2011

Linha do tempo [1967]

Olá, hoje iremos voltar para o ano de 1967, onde sobriedade era uma questão de ponto de vista. Pois bem, segure firme o novelo que lhe conecta a realidade porque está na hora de conhecer o ano mais produtivo do rock psicodélico, e porque não, da música como um todo.

Em um ano com acontecimentos que vão do nascimento de Kurt Cobain à execução de Chê Guevara , enquanto o homem dava os seus primeiros passos em direção à Lua e os Estados Unidos mandavam soldados para morrer no Vietnã, o movimento hippie surgia com força total, pregando a sexualidade livre e o uso de drogas como forma de se conectar com a natureza.

Por fim, muitos músicos da época começaram a aderir ao modo de vida hippie, estes viram nas drogas uma forma de expandir a sua criatividade. Bom, se o uso de drogas expandiu ou não a criatividade desse pessoal eu não sei dizer, mas que eles conseguiram traduzir os efeitos mentais do ácido para a música e que isso resultou em obras geniais é inegável.

01. Pink Floyd - The Piper At The Gates Of Dawn



Esse é provavelmente o álbum mais pesado e, porque não dizer, barulhento do Pink Floyd. Ao dar o play em Astronomy Domine esteja pronto para entrar em um vórtice sonoro que muitas vezes se confunde entre sonho e realidade. Aqui Syd Barret se mostra dono de um timbre vocal único, com entonações que muitas vezes beiram o etéreo. Mesmo sendo o primeiro álbum da banda, já é perceptível o uso de instrumentações diversas que iam muito além do simples rock n' roll, além do notável conhecimento musical dos integrantes.



02. Jefferson Airplane - Surrealistic Pillow



O Jefferson Airplaine por incrível que pareça não é uma banda tão conhecida hoje em dia, mas foi um dos principais nomes do rock psicodélico nos anos 60. Misturando elementos folk norte americanos, blues e a voz doce e poderosa da cantora Grace Slick, eles conseguiram criar um estilo único. Além de todas essas influências musicais, muito do som da banda se originou das composições regadas a LSD, como é o caso de um dos grandes hits do grupo presentes nesse álbum, White Rabbit.



03. Nico - Chelsea Girl




Heis o item mais intimista do post de hoje, porém não menos magistral. Após sua participação no primeiro álbum do Velvet Underground, a cantora Nico fixou residência em Nova York para gravar o seu primeiro álbum solo. Acompanhada por músicos como Tim Hardin, Jackson Browne e Leonard Cohen, Nico interpreta composições de seus colegas do Velvet Underground, Lou Reed, John Cale e Sterling Morrison, além de uma canção do Bob Dylan. A interpretação de nico junto a sonoridade "chamber folk" sem nenhuma percussão são de uma beleza melancólica difícil de explicar em palavras. Ótima escolha para um dia chuvoso.



04. The Velvet Undergroun & Nico - The Velvet Undergroun & Nico



E por falar em Nico...Um dos álbuns que influenciou várias gerações do rock e continua influenciando, senhoras e senhores, o "álbum da banana". O Velvet Underground foi um projeto de Andy Warhol que acabou ganhando vida própria, o impacto das composições presentes aqui é tão grande que se torna difícil imaginar como esse disco passou quase despercebido na época em que foi lançado. Falando de coisas como sadomasoquismo, homossexualidade e uso de drogas (no caso a heroína, não o popular LSD) e com experimentalismos que iam das linhas vocais de Lou Reed, atípicas para a época, até a estranha afinação de John Cale, que em algumas músicas usava sua viola com todas as cordas afinadas na mesma nota, o Velvet Underground logo foi resgatado por músicos como David Bowie, e hoje em dia o disco é tido por muitos como o mais importante da história do rock.



05. The Doors - Strange Days




Depois de conseguir um certo sucesso com seu primeiro álbum, o The Doors lança ainda no mesmo ano "Strange Days". Saíndo um pouco da veia blues, esse é o álbum mais piscodélico da banda. Da introdução alucinógena da faixa título até a apocalíptica When the Music Is Over, percebe-se uma intimidade maior com o estúdio. O álbum todo é circundado por um clima soturno, embora haja algumas canções mais animadas, como Love Me Two Times, o que de forma alguma é algo ruim, uma vez que combina perfeitamente com a  poesia psicodélica de Jim Morrison. 




É isso, boa viagem e até o próximo ponto na linha do tempo.

20 de nov. de 2011

[HK Recomenda] Cangaço - Death metal do sertão



Há um bom tempo não vejo (ouço) algo que realmente me chame atenção no metal nacional, até que essa semana estava vendo o vídeo onde Edu Falaschi se pronuncia no anuncio oficial do Wacken em São Luiz, e vi nos videos relacionados do youtube essa banda de nome Cangaço.

Me interessei pelo nome e resolvi descobrir do que se tratava, foi ai que ouvi o single "Sete Orelhas". O que ouvi a seguir me surpreendeu de várias maneiras, primeiro o estranhamento com o fato da banda cantar em português, no entanto, por incrível que pareça nesse caso a sonoridade da língua funcionou perfeitamente com os guturais. A letra parece remeter à uma violência típica do cangaço, a vingança e a crueldade retratadas em uma visceralidade poética que em muito me agradou, apesar de em muitos momentos ser difícil de compreender o que se está sendo dito na música, uma desvantagem nesse tipo de vocal, por outro lado a agressividade do "death growl" traduz a intencionalidade da letra muito bem.
Quando a covardia gangrena uma família
espadas se enterram no coração
o grito por vingança então habita
as sete orelhas num cordão
Qual foi minha surpresa ao perceber que a banda já era bem mais conhecida do que parecia. Apesar de formada em 2009, os caras já conseguiram se apresentar no Wacken em 2010, à exemplo dos mineiros do Tuatha de Dannan. Esse ano eles lançaram seu primeiro EP, intitulado "Positivo", com 5 músicas, sendo que apenas uma delas é cantada em inglês.



É perceptível uma grande influência de bandas clássicas do death metal, como o Morbid Angel e o próprio Death, por outro lado o Cangaço inova ao mesclar peso e técnica à ritmos regionais nordestinos, com passagens que remetem à obra de Luiz Gonzaga, como o solo de Positivo e o final de Al Rasif. Também é visível o virtuosismo do trio nas músicas, com composições de uma complexidade que beira o metal progressivo, algo bem distante da brutalidade unidirecional e muitas vezes monótona que se tornou característica do estilo.

Logo se vê que o Cangaço é uma das poucas bandas de metal atualmente no Brasil que se preocupa em trazer algo realmente novo para a cena, ao que parece eles tem um grande futuro pela frente, quem sabe não estamos diante de um dos futuros representantes do metal brasileiro no mundo, ao lado de nomes já consagrados como Sepultura, Angra e Krisiun.

É possível ouvir o EP na íntegra no myspace da banda: http://www.myspace.com/cangacometal

13 de nov. de 2011

Jack White - O último dos "blueseiros"


O ano é 1999, o grunge já havia saído de cena e muitos pregavam novamente a morte do rock n' roll enquanto outros pregavam o fim do mundo. Bom, todos sabemos que não aconteceu nem uma coisa nem outra, mas havia um jovem em Detroit que parecia compartilhar da mesma opinião de nosso mestre Raul Seixas: "O rock acabou mesmo em 59". Esse jovem era John Anthony Gillis, que no mesmo ano de 99 adotaria o pseudônimo de Jack White e lançaria junto com sua "irmã" Meg White o primeiro álbum do White Stripes.

O que ouvimos no debut da banda é uma sonoridade crua e suja, é como se Robert Johnson tivesse conhecido uma guitarra elétrica antes de morrer, o rock de garagem calcado no blues é levado de forma minimalista, apenas guitarra bateria e voz, no entanto, ao final do álbum você até já se esqueceu que se trata de uma dupla, a guitarra de Jack White preenche todos os espaços, sua maneira visceral de tocar e cantar transmite uma energia surpreendente, quem diria que ás vésperas do século XXI ouviríamos exatamente o mesmo tipo de música feita nas fazendas dos EUA nos anos 40 e acharíamos isso novo?

Pois é, pra quem achava que o rock estava morrendo, Jack White provou o contrário e relembrou a todos de onde vem a alma do verdadeiro rock n' roll.



O vídeo acima mostra um trecho do documentário "It Might Get Loud", onde Jack fala de quando escutou Son House pela primeira vez e de como isso mudou sua percepção sobre a música. Como ele mesmo diz no documentário um pouco depois, todo o visual lúdico que cercava o White Stripes não passava de um apelo visual pra desviar a atenção do que a banda realmente era, uma tentativa de soar de uma forma tão genuína e simples quanto a música de Son House, e, ao menos no que se refere a minha opinião, eles conseguiram.


E conseguiram muito mais, o White Stripes lançou 6 álbuns de estúdio, onde Jack White arrumou espaço para diversos experimentalismos mesmo sem perder a sua alma blueseira e a sonoridade vintage característica, a banda ainda lançou o ótimo álbum ao vivo "Under Great White Northern Lights".

Jack pode ser um homem minimalista, mas sonha alto, e talvez seja por isso que em fevereiro desse ano ele anunciou sua saída do White Stripes e o término da banda para se dedicar à outros projetos.

Falando em projetos, voltemos um pouco no tempo, em 2005 Jack White se juntou a Brendan Benson, Jack Lawrence e Patrick Keeler e formou o The Raconteurs. O primeiro álbum da banda (Broken Boy Soldiers, 2006) trazia uma sonoridade bem setentista, com muitos riffs de guitarra, intercalados com arranjos de violão e teclados que lembravam muito o rock psicodélico da época, como é o caso de Intimate Secretary. Pra quem achava que o saudosismo de Jack só funcionava no White Stripes, o Raconteurs prova o contrário já nesse           primeiro disco, com músicas pesadas e melodiosas como Steady As She Goes e Broken Boy Soldier, ou ainda nas baladas Together e na Zeppeliana Blue Veins.

Em 2008 a banda volta com o sensacional "Consoler of the Lonely", mantendo a mesma linha do álbum anterior, mas dessa vez com um entrosamento muito maior, as guitarras de Brendan e Jack parecem dançar juntas, Jack Lawrence está impecável no baixo, já Patrick mantém a sua bateria setentista firme e forte.


Em 2009 Jack White fundou a gravadora "Third Man Records", onde resgata artistas antigos ou mesmo novos artistas que buscam uma sonoridade mais antiga. Um dos últimos frutos do selo Third Man foi o ótimo álbum da rainha do rockabilly Wanda Jackson, mas esse vale uma resenha especifica.

No entanto, o grande acontecimento do lançamento da gravadora foi mesmo a estréia do novo projeto de Jack White, o super grupo Dead Weather. Jack teria perdido a voz em um show do Raconteurs em Memphis, foi então que a banda chamou Alisson Mosshart para cantar algumas das músicas. Após o show, Jack pediu se ela não gostaria de gravar uma música com ele e Lawrence. Bom, eles encontraram Dear Fertita do Queens of the Stone Age no estúdio, que acabou se juntando a banda e gravando mais de uma música com eles aquela noite.

Tudo isso resultou no álbum Horehoud, com Jack White mostrando porque a bateria foi seu primeiro instrumento e Alissa Mosshart transbordando atitude em performances incendiárias. Há tempos não via uma banda nova com tanta energia em cima do palco, é rock n' roll do começo ao fim com uma sonoridade que a todo momento flerta com o experimentalismo mas sempre mantendo sua relação estável com o saudosismo, algo que Jack White faz como ninguém. A banda ainda lançou em 2010 "Sea of Cowards", álbum que exige um pouco mais de dedicação do que o anterior para ser digerido, mas é tão bom quanto. 


Por fim, ficamos aqui a esperar que Jack White nos brinde novamente com mais um fruto de sua mente criativa e sua alma de blues man, e enquanto houver alguém vivo que ainda se lembre de onde o rock n' roll nasceu, ele dificilmente morrerá, boa semana a todos.