16 de dez. de 2011

[Resenha] Judas Priest - Painkiller (1991)


Heavy Metal
Inglaterra

No início dos anos 90 o Judas Priest já havia conquistado seu lugar no olimpo dos deuses do rock. Os anos 70 e 80 lhes renderam um legado único, por meio de seu heavy metal clássico imortalizado na voz de Rob Halford. Tendo isso em vista, nada mais apropriado para um novo álbum de sucesso do que manter a antiga formula, certo? Bom, talvez isso sirva para algumas bandas como o AC/DC, mas não para o Judas.


Quem prestou atenção aos acordes de Ram it Down, já conseguia distinguir uma fúria incandescente nas guitarras de Glenn Tipton e K.K. Downing, diferente de seu antecessor, o quase pop (para a época) Turbo.


Quebrando a lei, e deixando de lado a máxima futebolística de "em time que está ganhando, não se mexe", a banda surge com aquele, que na humilde opinião do resenhista que vos fala, é o melhor álbum do Judas Priest, e também um dos melhores lançamentos do Metal após os anos 90, o visceral Painkiller.


Agora, meu caro leitor, você me pergunta: "Afinal, o que há de tão diferente em Painkiller?". Obviamente todos vocês já sabem (e se não sabe, trate de sentir vergonha de si mesmo e ir correndo ouvir essa obra prima), mas para os mais desavisados, vai uma pequena explicação. Imagine que o heavy metal do Judas até então era uma barra de aço maciço. Eu não sei por experiência própria(felizmente), mas imagino que um golpe com uma barra dessas deve doer um bocado. Muito bem, o que o Judas Priest fez? Lapidou essa barra até ela se tornar uma espada afiada, ok, antes causáva-mos hematomas, agora podemos decepar cabeças.


É mais ou menos essa a sensação que se tem ao ouvir o álbum da primeira vez, antes o Priest era a trilha sonora perfeita para pegar a estrada montado em uma Harley Davidson vestindo roupas de couro com uma loira gostosa na garupa (que poderia ser tanto a criatura do sexo feminino como a refrescante bebida extraída da cevada). Muito bem, ainda podemos fazer isso ouvindo Painkiller, com o adendo de também fazê-lo indo à uma batalha de morte certa sem o menor fio de medo nos olhos.


O TRACKLIST:


Painkiller
Mais rápido que uma bala
A potente metralhadora disparada das baquetas de Scott Travis anuncia
Um grito apavorante
A alavancada gritante faz o chamado para os riffs das guitarras
Enfurecido e cheio de raiva
ele é metade homem, metade máquina
Halford ascende em agudos surpreendentemente afiados e afinados
Cavalgando o Monstro de Metal
Respirando fogo e fumaça
Ian Hill fortalece a base da maquinaria

Eles anunciam a chegada do salvador
Ele é o Painkiller!
Hell Patrol
Como fogo selvagem
Vêm urrando
Um redemoinho infernal
Botando fogo na estrada
Certamente, o verso não mente, é bem provável que esta música possua o riff mais infernal do Judas Priest, com a cozinha (baixo/ bateria) triturando ossos impiedosamente.
Motoqueiros noturnos
Negociantes da morte
Aqueles que trazem a tempestade
Rachando o solo

All Guns Blazing
Torcendo, o ato de estrangular
Não haverá piedade
Sentindo os tendões rompendo
Despedaçados e fraquejados
O aviso é feito, se você chegou inteiro até aqui, prepare-se para o que está por vir.


Leather Rebell
Correndo selvagemente e livre
Ninguém ousa se levantar perante mim
Esse é meu destino
Governar as horas mais negras
Sim, aqui é onde chegamos o mais próximo possível de um "clássico do Judas". É hora de vestir o casaco de couro e sair ás ruas, mas não se esqueça de escolher a motocicleta mais potente que encontrar.


Metal Meltdown
Algo está chamando
Na noite Loucura elétrica
Rugidos à vista
Solo de guitarra alucinado marca a introdução

O calor está aumentando
Queimando rápido
dedilhado cada vez mais veloz

Quente e diabólica
Sinta a explosão
O ruído ensurdecedor se levanta, a parede de guitarras distorcidas ataca com fúria, o vocal anuncia a proximidade com o inferno, o calor aumenta, o metal se funde.


Night Crawler
O santuário está no sul
Orações sussurradas, um último recurso
Voltando pra casa em seus gritos distorcidos
O terror atacou
Eles sabem que foram capturados
Diretamente do inferno
Aqui vemos o Judas Priest explorando seu caráter mais narrativo, com uma composição que casa perfeitamente com a atmosfera da música.


Between the Hammer and the Anvil


Alerta de tempestade
Riffs se arrastam

Mas não há o que temer
O lado mais melodioso da banda mostra as caras, com uma canção muito bem trabalhada.



A Touch of Evil
Durante a noite
Venha até mim
Você sabe que eu quero o seu
Toque do mal
Durante a noite
Por favor me liberte
Eu não posso resistir ao toque do mal

One Shot at Glory


Deixe-me ouvir o grito de guerra
Chamando no vento
Deixe-me ver as bandeiras estendidas
Antes que a tempestade comece
É chegada a hora do último hino de guerra, no melhor estilo fim de show, tal como as clássicas "Living After Midnight" e "You've Got Another Thing Comin'", o Priest se despede em grande estilo, até que a próxima espada seja forjada...





Rob Halford - Vocal
Ian Hill - Baixo
K.K. Downing - Guitarra
Glenn Tipton - Guitarra
Scott Travis - Bateria

1 comentários:

Simplesmente um discaço!
Rápido, preciso, cortante.. qualquer adjetivo nesse sentido lhe cai bem! As guitarras são uma verdadeira aula-pratica de como se rejuvenecer o Heavy Metal sem precisar apelar para afinações exóticas e produções tão carregadas que soam artificial. A bateria é veloz, técnica e ainda assim melodiosa e com personalidade. Halford, por sua vez, dispensa comentários: seu vocal parece rasgar nossos ouvidos!
Pouca coisa depois desse disco me despertou tanto interesse..

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